19 April 2004

Sol,

O ponto em que se encontra a minha vida é de alguma forma interessante.
Estou a seduzir e ando a ser seduzida. Gosto, claro!
Estamos os dois a fazermo-nos de difíceis. Finalmente encontrei alguém que joga como eu. Estou saturada de homens fáceis. De homens que se entregam como se estivessem desesperados.
Eu gosto de conhecer a pessoa durante o período de sedução. Ter de ter uma relação física com alguém que quase desconheço desmotiva-me mais depressa do que o tempo que levo a estrelar um ovo.
Claro que tenho aquele amor ainda dentro de mim. Mas sou uma pessoa realista. Sei que não me amas e não é possível comandarmos isso de forma a ser ao contrário. Também já tenho pensado que se calhar não te amo. Ou pelo menos não com a intensidade que julgava amar. Provavelmente a solidão interior em que me encontrava levou-me a escolher-te (meu mais doce amigo), como porto de todos os navios que enviei à conquista da terra sonhada por mim. Sem nunca ter reparado que o prazer que tiro da tua amizade é muito superior ao que tiraria se fosse de outra forma.
Não sei no que dará esta relação que fomento neste momento, mas estou feliz no agora, no hoje, no sou, no quero e não tenciono deixar que as dúvidas do futuro me atormentem.
Vou manter-me calma, enfrentar-te com o à vontade de uma amiga, gozar-te como eu sei ser a única forma de o fazer e esperar que esta nova sedução, que começou numa relação de dois anos, tenha força para ser a tal terra por mim sonhada.

Até breve,
não te deixes perder nessa tua incapacidade de acreditares de novo no amor,

K.

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