31 January 2004

real happiness comes from an inner need to love - not to be loved.
... disseste-me uma vez que nos fica sempre um pouco de todos aqueles que passam pela nossa vida. Que nunca os deixamos de amar totalmente. Sei que tens razão. Sei hoje que tens razão. Que apesar de estar sempre disposta a amar quem possa vir, estarei sempre povoada de cicatrizes. Mas o mais importante é que também sei que o coração cresce. Quando se ama alcança-se um estado tão pleno, que ultrapassamos qualquer noção dos nossos limites físicos. Tudo mede o que quisermos que meça.

29 January 2004

A noite caiu e eu estive o tempo todo aqui neste sexto andar numa tentativa de ver o rio Tejo. Vendo apenas nevoeiro. Podia bem estar numa cidade sem rio, podia não estar em Lisboa, não saberia. Se calhar nem estive durante esse tempo em que durou o cair da noite.
Ou se calhar estive, mas Lisboa não.

26 January 2004

Vou procurar dentro de mim todos os desenhos que fiz de ti. Vou procurá-los e dar-lhes cor.

24 January 2004

Não posso continuar a trabalhar a noite toda, a dormir apenas 5 horas, a pensar no que não devia, a não escrever aos amigos distantes, a não telefonar aos amigos de perto, a não estar com o resto da família, a não passear na praia (sim, mesmo no inverno), a não ir ao cinema, a não ir a exposições, a não conseguir concentrar-me na leitura, a não pintar, a não desenhar, a não rir até cair para o lado, a não abraçar ninguém, a não ter quem beijar, a não ser beijada, a não ser abraçada... A NÃO ANDAR PARA A FRENTE!!! não pode mais ser assim.
CER ou não CER?
Felizmente que hoje há menos nevoeiro em mim do que ontem. Aliás, muito menos. Há mais CERtezas. A CERteza de que amo (muita gente) e sou amada (por muita gente). Mesmo que essa CERteza me traga mais inCERtezas...

23 January 2004

My mind is overflowing
desde as seis da tarde que trago comigo a imagem de uma menina com a boneca na mão, uma boneca que ela muito carinhosamente trazia pelos cabelos.

22 January 2004

Ele perguntou-lhe numa das mensagens que íam e vinham em longos decursos de tempo, como era que ela se deixava viver em tão áspero modo de ser, quando ele acabara de encontrar-se com algum sol dentro dela.
E ela, não o querendo repelir, disse-lhe em tom de segredo (mesmo sabendo que por escrito ele não iria obviamente percebê-lo), que esse caminho rugoso por onde eram conduzidas as pessoas que entravam na sua vida, era criado pela sua razão e odiado pela espontaneidade que a queimava por dentro.
Desta vez ele não perguntou e numa paragem da sua intensa respiração deixou escapar um "não entendo".
Ele não entendia.
Ela tinha de o fazer compreender e as horas passavam, eventualmente o dia também.
Perdeu o fio que a segurava e escreveu-lhe com toda a sinceridade. A ver se ele se virava para trás.

-Por vezes penso que se estivesse desse lado, a receber mensagens provocadas pelos desafios que me colocas, também eu teria a imagem de uma pessoa áspera. Quando esta aspereza é apenas medo de não estar à altura dos elogios que me fazes. Sabes, sinto-me muito como uma criança tentando imitar os adultos que conheceu na infância, mas agora que cresci, só sinto que somos todos crianças proibidas de brincar. E que triste que é não poder brincar, quando ainda sei tão bem como se faz.

Ele recebeu a última mensagem com mais um suspiro.
Estava de saída. De qualquer maneira era tarde demais.
Tarde demais para querê-la de volta.

21 January 2004

My soul:
Gazes at stars... gazes at itself in search of the beauty you left there.
O meu cérebro diz que está cansado.
Virou teimoso.
Quer saber como é ser-se alma.
Como é deixar-se ir.
“Não sei ao certo quem vejo, sei bem quem sinto.
Sinto-te.
Vivo contigo agora, mas daqui a nada. Daqui a uns dias, meses ou, quem sabe, anos.
Tu nem me reconheces. Conheces as semelhanças entre todas e não as diferenças. Conheces-me através de alguma que tenhas tido há uns tempos atrás, porque te faço lembrá-la.
E nem sabes de que cor ou som sou feita ao certo. Tudo depende de onde estás, com quem estás dentro de ti.
Só me procuras quando descobres nesse passado algo que te esteja vendado.
Aí vens e desarrumas-me, até encontrares a tua preciosa chave.
A tua.
Nunca a minha.”
In “À base de ti” B. Carneiro

19 January 2004

in "Livro do desassossego"
"A nossa personalidade deve ser indevassável, mesmo por nós próprios: daí o nosso dever de sonharmos sempre, e incluirmo-nos nos nossos sonhos, para que nos não seja possível ter opiniões a nosso respeito.
E especialmente devemos evitar a invasão da nossa personalidade pelos outros. Todo o interesse alheio por nós é uma indelicadeza ímpar. O que desloca a vulgar saudação - como está - de ser uma indesculpável grosseria é o ser ela em geral absolutamente vã e insincera."
Fernando Pessoa

17 January 2004

One day you will be to me the afterglow of non-existing love... so why bother?

16 January 2004

in "Pensamentos para mim próprio"
"A falta de um outro é preciso deixá-la onde está."
Marco Aurélio

14 January 2004

::::Promise yourself::::

"Promise yourself to be so strong that nothing can disturb your peace of mind. To talk health, happiness and prosperity to every person you meet. To make all your friends feel that there is something in them. To look at the sunny side of everything and make your optimism come true. To think only of the best, to work only for the best and expect only the best. To be just as enthusiastic about the success of others as you are about your own. To forget the mistakes of the past and press on to the greater achievements of the future. To wear a cheerful countenance at all times and give every living creature you meet a smile. To give so much time to the improvement of yourself that you have no time to criticize others. To be too large for worry, too noble for anger, too strong for fear and too happy to permit the presence of trouble."
Christian D. Larson

4 January 2004

Desejo de lá voltar

Relatos de futebol ao Domingo,
ouvidos em surdina.
Que saudade das ruas desertas, das tasquinhas cheias, dos rebuçados em grandes frascos de vidro a 50 centavos cada.
Que saudade de quem conheci nesse tempo.

2 January 2004

bem te quero, mal te quero, bem te quero...

Terrível.
Nem sempre consigo lidar com o isolamento a que me sujeito.
Vivo assim sempre que posso, não sabendo ao certo os danos que possa vir a causar.
Nem podia ser de outra forma.
Defeito de fabrico. Julgo.