26 March 2012

sai um bolero para a mesa do canto

"Não é qualquer pessoa que sabe tirar um bolero
um bolero tem de ser sentido.
Ó chefe ande lá com isso,
o bolero precisa-se para a mesa do canto.
No canto senta-se a consumidora de boleros
que abre um espelho de bolso
e tira de lá a cara já pintada.
Não consome boleros noutro estado
tem de ser de lágrimas pintadas no rosto
e cantos da boca descaídos.
Em chegando o bolero
nele afoga lentamente o coração
pressionando bem para não vir mais à tona.
E fica a pergunta,
quem consome boleros ama ou não ama?
Ama demais ou já amou tudo o que havia para amar?"

B. Carneiro

20 March 2012

Humans live. Humans die.

"Poetry lies still in the valley
the valley loses itself beneath the fog
the fog ages memories
memories live in eternity
eternity lingers in sadness
sadness sleeps with despair
despair deepens affection
affection reasons with life
life destroys youth
youth exhausts tiredness
tiredness meets with reflection
reflection sharpens clarity
clarity claims truth
truth strengthens."

B.Carneiro