6 September 2005

substâncias em extinção

os dedos penetram o sangue de outro
a gordura é persistente
as dobradiças do pensamento entesaram-se
a saudade alojou-se atrás das orelhas
as cortinas da sala dão passos de dança com o vento
adoro o cheiro daqueles livros de vocábulos dispostos por ordem alfabética
já não me lembro de como se dança
de como se lê
de como se come
de como se escreve
lembro-me do sangue que tenho posto nos dedos
que vou agora passar nos lábios

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