12 August 2004

::: De mim :::

Sol,

As coisas que tu me dizes, os disparates que usas na tua língua para me manteres a uma distância segura, essa tua vontade sem vontade... tu és confusão!
Não digas que sou eu a confusão, que sabes tu de mim afinal se te recusas a conhecer-me?
Eu passo dias a fio pensando em ti, falando de ti a mim mesma, se isto deixa de fazer sentido é por tua causa.
Quando eu finalmente encontro o sentido daquilo que sou e quero, tu dizes-me que se eu penso em ti é só porque não tenho ocupação mental..
Não te entendo. Eu é que não te entendo.
Eu digo-te que és a minha ocupação mental e tu negas aquilo que eu melhor que ninguém conheço, porque estou em mim mesma.
Diz logo que não me queres.
Magoavas-me menos, isso te garanto.
Eu sei que não caminhamos na mesma estrada, mas mesmo assim preciso de ouvi-lo de ti, porque o destino continua a brincar comigo, acontecem-me coisas que me provam que existem coincidências e que todas elas se vestem de ti.
Amo-te há tanto tempo que começa a transformar-se em dor. Em náusea. Em solidão. Em noite.
Amo-te tanto que já desejo que não te amasse. Ou que te amasse noutro tempo, num tempo em que eu não fosse eu e tu não fosses tu.

1 comment:

Anonymous said...

Muito bonito este texto... cheio de sentimento :)