um bolero tem de ser sentido.
Ó chefe ande lá com isso,
o bolero precisa-se para a mesa do canto.
No canto senta-se a consumidora de boleros
que abre um espelho de bolso
e tira de lá a cara já pintada.
Não consome boleros noutro estado
tem de ser de lágrimas pintadas no rosto
e cantos da boca descaídos.
Em chegando o bolero
nele afoga lentamente o coração
pressionando bem para não vir mais à tona.
E fica a pergunta,
quem consome boleros ama ou não ama?
Ama demais ou já amou tudo o que havia para amar?"
B. Carneiro